Nós somos grandes fãns de convenções sobre configuração. Enquanto pode levar um tempo para aprender as convenções do CakePHP, você ganhará muito tempo a longo prazo: seguindo as convenções você ganhará funcionalidades e ficará livre dos pesadelos de manter arquivos de configuração. As convenções também contribuem para o desenvolvimento de sistemas mais uniformes, permitindo que outros desenvolvedores entrem no projeto e comecem a trabalhar muito mais rapidamente.
As convenções do CakePHP foram destiladas ao longo de anos de experiência no desenvolvimento de aplicações web e boas práticas. Da mesma forma que sugerimos que você use essas convenções enquanto desenvolve com o CakePHP, devemos mencionar que muitos destes princípios são facilmente sobrescritos – algo que é especialmente útil quando se trabalha com sistemas legados.
As classes Controllers devem ser escritas no plural, usando o formato
CamelCase e terminarem com a
palavra Controller
. PeopleController
e LatestArticlesController
são
dois exemplos de nomes de controllers que seguem a convenção.
O primeiro método que você pode escrever para um controller é o método
index()
. Quando uma requisição especifica o controller mas não a ação, o
comportamento padrão do CakePHP é executar o método index()
. Por exemplo,
uma requisição para http://www.example.com/apples/ é mapeada para o método
index()
do controller ApplesController
, enquanto a URL
http://www.example.com/apples/view/ é mapeada para a chamada do método
view()
do mesmo controller.
Você também pode alterar a visibilidade dos métodos de controllers no CakePHP prefixando os nome dos métodos com underscores. Se um método de um controller for prefixado, o método não poderá ser acessado diretamente da web mas estará disponível para uso interno. Por exemplo:
class NewsController extends AppController {
function latest() {
$this->_findNewArticles();
}
function _findNewArticles() {
// lógica para encontrar os os últimos artigos
}
}
Enquanto a página http://www.example.com/news/latest/ pode ser acessada normalmente pelos usuários, alguem tentando visitar a página http://www.example.com/news/_findNewArticles/ receberá um erro porque o nome do método é prefixado com um underscore. Você também pode utilizar as palavras-chave de visibilidade do PHP para indicar se um método pode ou não ser acessado por uma URL. Métodos privados não podem ser acessados.
Como você viu, controllers com nomes formados por uma palavra são mapeados
por URLs em caixa baixa. Por exemplo, ApplesController
(que seria definido
em um arquivo com o nome de ‘ApplesController.php’) pode ser acessado com a
seguinte URL: http://example.com/apples.
Controllers formados por mais de uma palavra podem ter qualquer forma ‘flexionada’ do nome:
/redApples
/RedApples
/Red_apples
/red_apples
Todas serão resolvidas para o método index do controller RedApples. Porém, a
convenção diz que suas URLs devem ser em caixa baixa e usar underscores,
portanto /red_apples/go_pick é a forma mais apropriada para acessar a ação
RedApplesController::go_pick
.
Para mais informações sobre as URLs do CakePHP e o tratamento de parâmetros, veja Routes Configuration.
Geralmente, nomes de arquivos correspondem com o nome de suas classes, que são em CamelCase. Então se você possui uma classe MyNiftyClass, para o Cake, o nome do arquivo deve ser MyNiftyClass.php. Abaixo estão alguns exemplos de como nomear arquivos para diferentes tipos de classes que você usará em aplicações CakePHP:
O controller KissesAndHugsController seria encontrado em um arquivo chamado KissesAndHugsController.php
O componente MyHandyComponent seria encontrado em um arquivo chamado MyHandyComponent.php
O model OptionValue seria encontrado em um arquivo chamado OptionValue.php
O behavior EspeciallyFunkableBehavior seria encontrado em um arquivo chamado EspeciallyFunkableBehavior.php
A View SuperSimpleView seria encontrado em um arquivo chamado SuperSimpleView.php
O helper BestEverHelper seria encontrado em um arquivo chamado BestEverHelper.php
Cada arquivo deverá estar em uma pasta apropriada no diretório app da sua aplicação.
O nome dos Models devem ser escritos no singular e no formato CamelCase. Car, BigCar e ReallyBigCar são todos exemplos de nomes de models que seguem a convenção.
Nomes de tabelas correspondentes à models do CakePHP são escritos no plural e
usando underscores. As tabelas correspondentes para os models mencionados acima
são respectivamente cars, big_cars
e really_big_cars
.
Você pode usar a biblioteca utilitária Inflector
para verificar a
forma singular/plural das palavras. Veja a classe
Inflector para mais informações.
Nomes de colunas formadas por mais de uma palavra devem ser separadas usando underscore como em first_name.
Chaves estrangeiras em associações do tipo hasMany, belongsTo ou hasOne são reconhecidas por padrão como o nome (no singular) das tabelas relacionadas seguidas por _id. Então, se Baker hasMany (possui muitos) Cake, a tabela cakes irá fazer referência a tabela bakers via chave estrangeira baker_id. Para tabelas formadas por mais de uma palavra como category_types, a chave estrangeira seria category_type_id.
Tabelas de junções usadas em relacionamentos do tipo hasAndBelongsToMany (HABTM) entre models devem ser nomeadas usando o nome das tabelas dos models referenciados unidas em ordem alfabética (apples_zebras ao invés de zebras_apples).
Todas as tabela com que models do CakePHP interagem (com exceção das tabelas de junção) requerem uma chave primária para identificar unicamente cada registro. Se você quiser modelar uma tabela que não possua uma chave primária única, a convenção do CakePHP diz que você deve adicionar uma se quiser utilizá-la com um model.
O CakePHP não suporta chaves primárias compostas. Se você quiser manipular os dados das tabelas de junções diretamente, use chamadas de query diretas ou adicione uma chave primaria para usá-las como um model normal. Ex.:
CREATE TABLE posts_tags (
id INT(10) NOT NULL AUTO_INCREMENT,
post_id INT(10) NOT NULL,
tag_id INT(10) NOT NULL,
PRIMARY KEY(id)
);
Ao invés de usar chaves auto incrementadas, você também pode usar o tipo char(36). Desta forma o Cake irá usar um identificador único (uuid) de 36 caracteres criado por String::uuid sempre que você salvar um novo registro usando o método Model::save.
Arquivos de templates de views são nomeados de acordo com o nome do método do controller que exibem no formato underscore. O método getReady() da classe PeopleController irá utilizar uma view localizada em /app/View/People/get_ready.ctp.
O molde padrão é /app/View/Controller/underscored_function_name.ctp.
Nomeando as partes de sua aplicação usando as convenções do CakePHP, você ganha funcionalidades sem os incômodos e problemáticos arquivos de configuração. Segue agora um exemplo final que mostra as convenções todas juntas.
Tabela do banco de dados: “cars”
Classe Model: “Car”, encontrada em /app/Model/Car.php
Classe Controller: “CarsController”, encontrada em /app/Controller/CarsController.php
Arquivo de View encontrada em /app/View/Cars/index.ctp
Usando estas convenções o CakePHP saberá que uma requisição feita pela URL http://example.com/cars/ refere-se a uma chamada para o método index() da classe CarsController, onde o model Car é automaticamente disponibilizado (e automaticamente amarrado com a tabela cars no banco de dados) e renderiza o arquivo /app/View/Cars/index.ctp. Nenhum destes relacionamentos precisou ser configurado, a não ser a criação de classes e arquivos que você precisaria criar de qualquer maneira.
Agora que você já foi introduzido aos fundamentos do CakePHP, você pode tentar o Blog para ver como todas as coisas se encaixam juntas.